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Foto do escritorÚrsula Rücker

ESTAMOS NORMALIZANDO OS CORPOS GG

Atualizado: 29 de dez. de 2022

Desde que fui, em um ano, do 36 ao 44, comecei a me solidarizar mais com as meninas que estão na luta pela extinção da gordofobia. Segundo a revista Galileu:

"Estudos indicam que, apesar dos esforços de conscientização,atitudes preconceituosas explícitas contra gordos aumentaram consideravelmente entre 2001 e 2010. Ainda é mais comum, no entanto, que o preconceito apareça travestido de elogio ou preocupação. Frases como “você tem o rosto tão bonito, por que não emagrece?”, “nossa, eu que sou mais magra que você não tenho coragem de usar biquíni” ou “seu marido é tão magro e você é tão gorda, dá certo?” são ouvidas por mulheres (...) dia sim, outro também. Elas são reflexo da chamada gordofobia, o preconceito ou intolerância contra pessoas gordas. "


Não quero aqui, entrar nos méritos da saúde, do tamanho que a pessoa usa, e do quais os corpos que são abraçados pela luta contra a gordofobia ou não. O fato é que em todas as vezes, na minha vida, que engordei "um pouquinho" pude ouvir de pessoas próximas a mim coisas como "teu namorado vai te largar". Não é meu lugar de falar, mas já posso afirmar que senti o gostinho do que passar uma pessoa que, além de todo esse preconceito, ainda vive na briga eterna e constante com o espelho e com a balança. Certeza que não é facil.


O que eu quero levantar aqui é que, posso perceber que a luta está surtindo efeito. Assim que me senti 'mal' com o meu corpo, comecei a reparar em mulheres absolutamente felizes, ao meu redor, no meu instagram, na TV, enfim, mulheres absolutamente felizes e satisfeitas com os seus tamanhos. É real, estamos normalizando os corpos GG, XG, XXG.

Mesmo em meio a algumas pessoas inconvenientes com seus comentários desnecessários, a grande maioria de nós não se importa mais com o tamanho da pessoa ao admirar um artista, um cantor, um profissional. E mais do que isso, estas pessoas não estão mais deixando de seguirem seus sonhos com medo da rejeição dos seus corpos.

Não que o preconceito tenha sido extinto, infelizmente ainda não, a luta continua, e vai ser longa, definitivamente 'a gente que lute'. E vamos mesmo! Tenho a impressão de que inclusive o padrão de beleza mudou. As revistas, os desfiles de moda e as campanhas publicitárias tem incluído os corpos fora do padrão e posso perceber que isso tem sido aceito com louvor pelo público, além de estar gerando desejo por um corpo mais cheinho, com aspecto saudável. O padrão que antes era uma modelo magérrima, foi substituído por uma profissional, bem sucedida, bem vestida, com uma barriguinha e um sorriso no rosto, sem vergonha das suas curvas, que se empodera vestindo looks com sua barriguinha de fora e seu belo par de pernas de fora. Ser 'cheinha' virou até tendência.

Definitivamente os tempos são outros. Sim, estamos vivendo a ascensão das academias, das clinicas de estética e dos produtos de skincare, mas também a ascensão dos IG de culinária, dos Chefs, do comer bem sem medo, da saúde sem dúvidas, mas de uma saúde de fato saudável, bem mais sobre se manter saudável do que aparentar isso. Acho até que os relacionamentos estão mais reais, no sentido de sermos livres pra reagir aos sentimentos, uma luta verdadeira por mais essência e menos aparência.

Os tempos são outros, ainda bem né?



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